Como interpretar personagens insanos no RPG
Muitos devem se perguntar qual é o limiar entre a sanidade e insanidade quando usamos essa característica no universo do RPG. Um personagem pode experimentar as sensações de loucura em momentos frenéticos, como o calor da batalha, no qual a fúria primitiva domina a mente do bárbaro. Isso também pode acontecer quando um clérigo perde os amigos de forma cruel, fazendo com que o personagem passe a ter surtos de loucura ao visualizar o objeto de seus medos mais íntimos sendo materializados. Esses são alguns elementos usados para interpretar personagens insanos no RPG.
“A loucura é como a gravidade, é só dar um empurrãozinho.” – Coringa em Batman: O Cavaleiro das Trevas
Fragmentar a mente de um personagem, seja ele jogador ou NPC, é um ótimo recurso para uma boa mesa de RPG. Essa nova característica pode surgir durante a sessão ou já fazerem parte da biografia do personagem mesmo. A origem da loucura pode variar pela criatividade dos narradores e jogadores e o interessante é interpretar personagens insanos no RPG de forma divertida para todos.
O que é a insanidade?
O conceito de sanidade, segundo o dicionário, significa “estado de saúde mental, equilíbrio, qualidade de são, sensatez ou integridade”. Para as ciências da mente, o conceito de insanidade é “o estado de fragilidade e confusão da mente”. Como características da insanidade, temos a demência, melancolia e depressão, entre outros. Esses exemplos podem caracterizar uma mente perturbada, dependendo da forma como os participantes da mesa de RPG entendem a loucura e aplicam estas perturbações mentais no personagem, dando mais verdade à experiência da insanidade.
Entre os personagens icônicos que apresentam características de insanidade, temos famosos psicopatas como Hannibal Lecter (O Silêncio dos Inocentes) e a Nikki Sanders, da série Heroes, que interpretou uma mãe com problemas financeiros com super força, mas exibia uma segunda personalidade chamada Jessica, uma assassina cruel que trazia muitos problemas para a personagem no show de TV. Outras formas de loucura podem ser trabalhadas no RPG e nem todos precisam seguir o padrão de Chamado de Cthullu (Call of Cthullu de H.P. Lovecraft), no qual seu destino é inevitavelmente a loucura ou a morte.
Podemos usar a loucura como a forma de salvar um reino, já que a mente de um personagem perturbado pode ser difícil de ser lida por poderes psíquicos ou magia de inimigos, tornando-o o único do grupo a ser imune a algum tipo de controle mental, por exemplo. Desvendar nas mensagens desconexas na fala desse personagem pode ser o segredo para desfazer um feitiço antigo ou até mesmo descobrir a senha para códigos secretos do governo.
Como faz para interpretar personagens insanos no RPG?
Enfim, a loucura está além dos extremos personagens psicopatas que, apesar de muito divertidos, vemos o tempo todo nas histórias em quadrinhos ou mangás. Podemos explorar a insanidade de forma mais variada e sem torná-los sempre vilões sedentos por violência. Como você trata a loucura nas suas mesas? Já tiveram experiências com o uso da sanidade/insanidade no RPG? Conte para gente na seção de comentários logo abaixo!
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Tenho uma personagem com amnésia total (não lembra nada anterior a 1 anos atrás).
Jogo com ela numa mesa de Trevas e, além da amnésia (ou talvez por causa dela) ela á meio “louquinha”. A lógica dela não funciona como a das pessoas normais. Fiz essa personagem inspirada na Delírio e jogar com ela é uma delícia. 🙂
Muito legal o personagem, Heidi. Também adoro fazer personagens com insanidade, especialmente a famosa Dupla Personalidade (A psicologia denomina Transtorno de dissociação de personalidade). O bom e o mal no mesmo personagem e um vampiro malkavian inspirado no protagonista Elliot da série Mr. Robot. Sou apaixonado por personagens dramáticos assim. Rs
Obrigado pelo coment!